Produtores orgânicos de Santo Antônio do Descoberto abastecem mercado de Brasília

A produção de alimentos orgânicos vem ganhando cada vez mais notoriedade em todo o Brasil. Segundo o Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável (ORGANIS) as unidades produtivas de orgânicos cresceram 45,8% em todo o país entre 2016 e 2019.

Com objetivo de preservar a qualidade dos alimentos e de vida dos consumidores, os alimentos orgânicos são produzidos livres de agrotóxicos e produtos químicos sintéticos, nesse caso, são utilizados produtos alternativos, que não agridem o alimento e nem mesmo a saúde do consumidor. Vale ressaltar que, todo alimento orgânico comercializado deve conter o selo do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica (SISORG), que é administrado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Em Santo Antônio do Descoberto a produção tem abastecido principalmente o mercado de Brasília. Dentre os produtores de orgânicos do município estão as agricultoras Cenilda Rodrigues e Flávia Nunes, na Região dos Macacos. Já na Região da Lagoinha, a referência é o casal Carlos Caetano e Eliana Rodrigues.

As produtoras Cenilda e Flávia, moradoras da Chácara Cheiro Verde, zona rural do município, tem como produção principal a produção de frutas, legumes e verduras (FLV). Os principais produtos são o pepino, tomate, mandioca e polpa de maracujá processada, que está em fase de teste. “Desde de outubro de 2018 estamos na produção de orgânicos, o nosso certificado foi expedido em 12/2018, são 5 meses em média pra certificar o produtor. E desde, então, trabalhamos para levar à mesa do consumidor uma porção de saúde em forma de alimento,” destacam as produtoras.

Os moradores da Fazenda Cantão da Lagoinha, Caetano e Eliana, localizada também na zona rural do município produzem desde 2012, porém a comercialização regular deu início apenas em 2015. A produção dos agricultores tem como base o frango e café, que são comercializados, milho, soja e sorgo para consumo e alimentação dos frangos. “São realizadas anualmente análises no nosso terreno para identificar se os nossos alimentos podem ou não estar contaminados. A nossa plantação de milho fica a 1,5 km da cerca, para garantir que não aconteça a contaminação, que pode vir de terrenos vizinhos, que se utilizam a agricultura convencional. Todo cuidado é pouco na produção de orgânicos,” ressaltou o economista aposentado e produtor de orgânicos, Carlos Caetano.

Ainda segundo a ORGANIS, a produção de vegetais representa 78% de toda produção de orgânicos no Brasil. Segundo o Secretário Eduardo Schulter, da SEDAP, o mercado de orgânicos de Brasília é um potencial consumidor da produção de Santo Antônio do Descoberto. “Cada vez mais há pessoas com o poder aquisitivo e com a preocupação com a alimentação de qualidade buscando produtos orgânicos. Portanto, a produção de orgânicos é uma grande saída para os agricultores familiares que querem explorar esse nicho de mercado”.

“O próximo grande desafio é fazer com que a regularização dos alimentos orgânicos minimamente processados passe a ser realizada pela Vigilância Sanitária Municipal, por meio da pactuação com Estado do Goiás, gerando celeridade para os produtores, como a Flávia e a Cenilda, que tem intenção em implantar uma pequena agroindústria de processamento de FLV orgânicos.”, disse Eduardo Schulter.

Os produtores que quiserem ingressar na área de produção de orgânicos podem procurar orientação na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Agricultura e Pesca, situada na Quadra 50 Lote 1 e 2 – Centro, de segunda-feira à sexta-feira, de 8h às 14h ou pelo número (61) 9.9603-5531 (ligação e WhatsApp).